sexta-feira, 10 de outubro de 2008

Deus

É sempre difícil contar uma história… sobretudo quando é uma história verdadeira.
É difícil recordar a sequência dos acontecimentos porque eles aparecem sempre misturados com sentimentos difusos.
Gostava de contar uma história de Amor.
Gostava de falar de uma mulher que conheci.
Foi a 13 de Setembro de um ano qualquer. Não. Conheci-a antes. Conheci-a antes de a ver. O Amor nasceu nesse momento. E esse Amor contaminou-me e continua a contaminar-me… mesmo que os meus olhos só a vejam de olhos fechados. Fecho os olhos e por mometos recordo o sabor do iogurte de morango que ela me trazia de Abrantes. Nesse ano, estávamos separados. E eu só comia iogurte quando ela me vinha visitar. Recordo-me de me esconder atrás da porta para não me verem chorar. E repetidamente, ela tinha que partir e eu escondia-me atrás da porta. Chorava, sonhava com monstros e acordava aterrorizado. (continua)

Um dia, o monstro tomou conta do corpo do homem que ela amava e quando o monstro o levou ela não se escondeu atrás das portas com medo que a vissem chorar. (continua)

Um dia, o monstro voltou e instalou-se com uma vontade feroz de derrubar a torre de Amor que esta mulher tinha dentro de si. Começou por colocar uma bomba perto do seu coração, e aos poucos foi disseminando pequenas bombas por todo o seu corpo. (continua)

Um dia o monstro conseguiu destruir o Amor e eu quis matá-lo… Não o encontrei. Ele já estava morto. (continua)

Sem comentários: